Domani farA' bello!
AmaNhà SERA' MAIS BONITO
Somos a Marta e a Alessandra e conhecemo-nos em 2017. Trabalhámos juntas durante 3 anos em Bologna e foi amizade à prima vista: criámos de imediato uma forte relação de simpatia e cumplicidade, com imensos interesses partilhados e por cultivar. Pusemos esta amizade à prova numa primeira aventura no Laos e Cambodja e apercebemo-nos que o que nos alimenta é mesmo a curiosidade da descoberta, o fascínio por um mundo cheio de tesouros por explorar.
Mas queríamos continuar a mudar de perspetiva: pegámos outra vez nas mochilas e em Outubro de 2018, aproveitando a estadia do irmão da Alessandra (Luigi) fomos até à Tanzânia, conscientes de que a mão de uma pessoa amiga tem o poder de transformar uma simples viagem numa verdadeira experiência de vida. E assim foi.
Alcançámos o distrito de Mkuranga, a cerca de cem quilómetros de Dar es Salaam, a capital. Era ali que o Luigi, na qualidade de engenheiro civil, partecipava num projeto internacional de recuperação e construção de uma rede hídrica. Este projeto pretende garantir às aldeias circundantes uma fonte de água limpa e potável, com consequência direta na vida de cerca 6000 pessoas. Nas imediações de um velho poço em restruturação encontra-se um hospital missionário de pequenas dimensões - o “Nota ya Bahari Health Center”, que depende unicamente da boa vontade das irmãs e de alguns incentivos do governo, claramente insuficientes.
Visitámos, uma a uma, todas as salas do hospital mas foi a experiência vivida na maternidade a que mais nos marcou. Vimos um bebé nascido no dia anterior que nunca poderá utilizar o braço direito devido a uma compressão dos nervos do ombro, facilmente evitável com os meios necessários. Apercebemo-nos que num país como este esta é uma condição quase aceite, em linha com a experiência comunitária: algo que pode perfeitamente acontecer. No fim de contas a gestão dos partos é feita sempre com fé na sorte e no instinto das parteiras e a principal razão para este problema é a falta de competências na utilização de máquinas e instrumentos adequados. Contaram-nos que dispõem de uma máquina de ultra sons para realizar ecografias mas que infelizmente não sabiam como usá-la.
Foi neste momento que decidimos que tínhamos de agir e fazer o que estava ao nosso alcance para melhorar uma situação que, aos olhos do nosso mundo de avanguarda, quase não parecia real.
Foi este o primeiro dia do projeto “Domani farà bello”.
